"Onde fica a casa do Amigo?»
Foi na aurora que perguntou o cavaleiro.
O céu parou um instante
O passante ofereceu à escuridão da areia
O ramo de luz que tinha nos lábios,
Depois, mostrando do dedo um plátano branco disse:
"Antes de chagares à arvore,
Há um caminho arborizado mais verde que o sono de Deus
Onde o amor á tão azul com a plumagem da sinceridade.
Irás até ao fundo deste caminho
Do qual emergirá a adolescência,
E virás na direcção da for da solidão.
A dois passos da flor,
Ficarás ao pé da fonte estrena dos mitos da terra.
E um medo transperente prendre-te-á.
Na intimidade ondulante deste espaço,
Ouvirás um certo sussuro:
Verás uma criança no cimo de um pinheiro esguio,
Desejando apanhar os passarinhos do ninho de luz
E perguntar-lhe-ás
Onde fica a casa do Amigo.»
Sohrab Sepehri - poeta persa (1928-1980)
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