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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

cinema fora dos leões

cFl









O CINEMA-FORA-DOS LEÕES apresenta

Sexta-feira, 2 de Setembro, 21h30
AUDITÓRIO SOROR MARIANA
Cineclube da Universidade de Évora


CONTE D'ÉTÉ / 1996, Éric Rohmer

Título em português: Conto de Verão, 113 min., com legendas em português 


Gaspard e Léna. Conte d'Été (1996), Éric Rohmer.

Gaspard hesita. Conte d'Été (1996), Éric Rohmer.

CONTE D'ÉTÉ / 1996, Éric Rohmer

Resumo da sessão:
Este é um filme de escolhas e esperas, ou a impossibilidade das mesmas. Gaspard vive de acordo com a ondulação e as imprevisíveis/caprichosas correntes marítimas. As ondas trazem-no à costa e assim começa o filme, com a chegada de um marinheiro a terra (Gaspard).
A herança literária na obra de Rohmer foi amplamente discutida. A enorme coerência e constância da sua obra provém da estrutura fortemente narrativa e dialogante. É na palavra que reside o seu universo de incomparável beleza.
Garpard, por oposição a Félicie de Conte d'hiver (1992) que nunca vacila ou recua na esperança de reencontrar o seu amor, é incapaz de tomar uma decisão ou escolha consciente. Hesita em comprometer-se com uma de três mulheres que o atraem e são atraídas por ele: Margot, a fiel confidente que aguarda o seu marinheiro; Solene, a pirata; e Léna, a sereia tentadora e traiçoeira (a única mulher, a inalcançável).
A extraordinária densidade/intensidade dos diálogos cria uma enorme tensão entre as duas personagens que dialogam e as paisagens interiores ou exteriores em que se movimentam. O contraste resulta do desencontro entre os diálogos/estados de espírito e os cenários estivais/balneares de horizontes profundos. No entanto, o contraste é feito através da captura de tudo com o mesmo destaque. A tela nunca foi tão bidimensional, como uma pintura. Todos os elementos têm a mesma grandeza de valores/importância, para que, nesta composição pictórica, os diálogos sejam o elemento primordial, singular e identitário. A câmara acompanha e participa neste jogo de toca e foge, alternando entre planos de paisagens e close-ups. Mas só lhe interessa o espaço que resulta da distância entre os corpos e o magnetismo que os une/puxa e afasta.

No final, assim como veio, o marinheiro parte, para outra aventura, noutro porto.

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