O CINEMA-FORA-DOS LEÕES apresenta
Sexta-feira, 13 de Novembro, 21h30
AUDITÓRIO SOROR MARIANA
Cineclube da Universidade de Évora
PROFISSÃO: REPÓRTER / 1975, Michelangelo Antonioni, apresentação de Eduardo Brito.
Segue-se o ciclo 'passagens e passageiros':
20 de Novembro - The Suspended Step of the Stork (1991), Theo Angelopoulos.
27 de Novembro - The Third Part of the Night (1971), Andrzej Zulawski.
Programação de Dezembro:
4 de Dezembro - Glória (1999), Manuela Viegas, com a presença e apresentação da realizadora Manuela Viegas (a confirmar).
11 de Dezembro - O Castelo (1997), Michael Haneke, apresentação de Pedro Sepúlveda.
Uma parábola do desencanto.
The Passenger inicia-se num hotel no deserto do Sahara e termina num hotel no deserto Andaluz, no célebre plano sequência de sete minutos, o antepenúltimo do filme: entre dois desertos, entre dois hotéis, passa-se a história de David Locke, o passageiro: um jornalista que troca de identidade com um homem morto chamado David Robinson, apropriando-se do seu passaporte. Segue-se uma viagem por Londres, Munique, Barcelona (onde conhece a Rapariga - uma mulher sem nome e, como tal, sem identidade) e, finalmente, Osuna, onde Robertson tinha então um encontro marcado com um nome de código Daisy, no Hotel de La Gloria, às cinco da tarde do dia 11 de Setembro. Depois de uma longa e desencantada travessia na qual o território se apreende pelo ecrã de um Oldsmobile, na qual as rotas se tornam num labirinto de incongruências entre as distâncias, os destinos e as suas representações, Locke e a rapariga chegam ao seu destino final: outro deserto, outro hotel. Desta vez na Andaluzia, num espaço simbolicamente chamado Hotel de la Gloria.
Em The Passenger, Antonioni transforma as escalas de evasão num território impossível, onde dois personagens humanos, demasiado humanos, se afastam da humanidade, numa narrativa metafísica e alegórica sobre verdade, espiritualidade, identidade e condição humana (e, de certa forma, sobre o cinema e a realidade): basta dizer que a sequência de Osuna final foi filmada em Almeria, num lugar chamado Vera (cujo nome é um acrónimo de verdadeira), a 363 km a leste de Osuna. Devido a esta deslocação, Osuna transforma-se num lugar imaginário onde um homem com outra identidade e uma rapariga sem nome encontram a sua própria conclusão.
The Passenger inicia-se num hotel no deserto do Sahara e termina num hotel no deserto Andaluz, no célebre plano sequência de sete minutos, o antepenúltimo do filme: entre dois desertos, entre dois hotéis, passa-se a história de David Locke, o passageiro: um jornalista que troca de identidade com um homem morto chamado David Robinson, apropriando-se do seu passaporte. Segue-se uma viagem por Londres, Munique, Barcelona (onde conhece a Rapariga - uma mulher sem nome e, como tal, sem identidade) e, finalmente, Osuna, onde Robertson tinha então um encontro marcado com um nome de código Daisy, no Hotel de La Gloria, às cinco da tarde do dia 11 de Setembro. Depois de uma longa e desencantada travessia na qual o território se apreende pelo ecrã de um Oldsmobile, na qual as rotas se tornam num labirinto de incongruências entre as distâncias, os destinos e as suas representações, Locke e a rapariga chegam ao seu destino final: outro deserto, outro hotel. Desta vez na Andaluzia, num espaço simbolicamente chamado Hotel de la Gloria.
Em The Passenger, Antonioni transforma as escalas de evasão num território impossível, onde dois personagens humanos, demasiado humanos, se afastam da humanidade, numa narrativa metafísica e alegórica sobre verdade, espiritualidade, identidade e condição humana (e, de certa forma, sobre o cinema e a realidade): basta dizer que a sequência de Osuna final foi filmada em Almeria, num lugar chamado Vera (cujo nome é um acrónimo de verdadeira), a 363 km a leste de Osuna. Devido a esta deslocação, Osuna transforma-se num lugar imaginário onde um homem com outra identidade e uma rapariga sem nome encontram a sua própria conclusão.
Eduardo Brito (1977) tem o mestrado em Estudos Artísticos, Museológicos e Curadoriais pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde investiga no I2ADS. Foi coordenador do Reimaginar Guimarães, projecto de arquivo de espólios fotográficos da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. É autor das séries fotográficas Terras Últimas (CCVF, 2010), Uma Variação Veneziana (Pianola, 2014), do texto As Orcadianas (Grisu, 2014) e das curtas Antropia (2009), Linha (2012), Terras Interiores (2013, com Joana Gama, a partir da música de Carlos Marecos), Volta e As Simultâneas (com Rita Faustino, 2013 e 2015). Escreveu o argumento dos filmes O Facínora (Paulo Abreu, 2012) e A Glória de Fazer Cinema em Portugal (Manuel Mozos, 2015).
www.eduardobrito.pt
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