cinema - fora - dos - leões
Sexta, 3/7
Sexta, 3/7
O CINEMA-FORA-DOS LEÕES apresenta
Sexta-feira, 3 de Julho, 21h30
AUDITÓRIO SOROR MARIANA
Cineclube da Universidade de Évora
AUDITÓRIO SOROR MARIANA
Cineclube da Universidade de Évora
O ESTADO DAS COISAS / 1982, Wim Wenders – com apresentação do arquitecto Rui Mendes, Professor de Projecto Avançado III e IV do Departamento de Arquitectura da UÉ.
Segue-se um interregno estival. Voltaremos a programar as sessões do Cinema-Fora-dos Leões em Setembro, tendo já a confirmação da presença de vários realizadores portugueses com obra reconhecida nacional e internacionalmente.
Este é o caso de um filme dentro de, não um, mas seis filmes.
(1) Em primeiro lugar trata-se de uma equipa a rodar um filme de ficção científica nas imediações de Lisboa, até que fica sem película e produtor (que desaparece devido às dívidas contraídas junto da máfia). Todavia o filme está enquadrado em molduras superiores.
(2) Wenders havia justamente interrompido em 1978 a produção de um projecto de Francis Ford Coppola e Fred Roos (Hammett, adaptação da obra de Joe Gores), tendo imediatamente iniciado o filme (3) Lightning Over Water (1980) que filma os dias finais do gigante Nicholas Ray, num potente filme sobre a vida e a morte, a realidade e a ficção de um dos maiores “habitantes do cinema”.
(4) Em 1981 a sua companheira Isabelle Weingarten confessou-lhe que as filmagens de The Territory (1981), de Raúl Ruiz, que rodava em Portugal, estava a atravessar o mar dos tormentos devido ao súbito bloqueio de verbas. Wenders atravessou imediatamente o Atlântico e auxiliou Ruiz a terminar o filme, sem contudo perder a oportunidade de, em simultâneo e paralelo, filmar The State of Things (1982) com material de Hammett e a equipa de The Territory.
Mas isto não se fica por aqui. (5) Este é um filme referente de The Most Dangerous Man Alive (1958), de Allan Dwan, e (6) mistura/brinca/joga com própria equipa de filmagem e actores. Samuel Fuller (1912-1997) é Joe, o director de fotografia, Robert Kramer é Robert Kramer, o argumentista que medita sobre a natureza e condição do cinema e da vida e Robert Corman (1926-), o produtor de absolutamente tudo em Hollywood (conta 410 créditos no IMDB), faz de advogado. Wim Wenders também tem uma fugaz aparição num comboio.
Em suma, The State of Things é o cinema. E a vida também. Brinda-nos com a vida por detrás (mas dentro) da tela entre películas, o cinema nos intervalos de si mesmo.
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