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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

cine - formação

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2 e 3/11  (Évora)



Jose Luis Guerrin

Jose Luis Guerrin de novo em Evora directamente de Catalunha ao Alentejo


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[Nota sobre José Luis Guerín a propósito da exibição da sua obra na Universidade de Harvard, em 2008; texto original abaixo. Tradução ligeiramente editada]
José Luis Guerín (1960-), um dos mais influentes e inovadores cineastas não-ficcionais da Europa, ocupa um lugar único na vibrante e ainda bastante desconhecida história do cinema catalão. Realizador original e brilhantemente, professor na prestigiada Universitat Pompeu Fabra de Barcelona, ​​Guerín trouxe um novo dinamismo e espírito experimental ao cinema catalão e espanhol. Com o seu colega, o documentalista radical Joaquim Jordà, Guerín transformou o Programa Documentário da U. Pomeu Fabra num dos mais importantes centros europeus de trabalho não-ficcional e inspirou uma nova geração de jovens cineastas, como por exemplo Mercedes Alvarez (El cielo gira).
Os filmes de Guerín confundem propositadamente as tradições narrativas e documentais, descobrindo ricos fios narrativos entremeados na tapeçaria dos seus temas da vida real e desvendando mistérios sem solução que deixam o espectador profundamente satisfeito. As obras-primas de Guerín, como o radical Tren de sombras ou En la ciudad de Sylvia possuem uma qualidade meditativa e profundamente cerebral, sem ser excessivamente intelectual, manipulando o espaço narrativo, sonoro e off-screen com um sofisticado sentido de experimentação e jogo, lembrando Chris Marker ou Raul Ruiz. Cinéfilo omnívoro desde a sua infância durante o regime de Franco, quando era extremamente difícil ver filmes estrangeiros, Guerín reconhece abertamente a profunda dívida dos seus filmes aos mestres que estudou com tanto cuidado durante a sua "educação" na Cinemateca de Barcelona — não apenas realizadores como John Ford, Howard Hawks ou os irmãos Lumière, que são citados e referenciados em filmes de Guerín, mas também aqueles que Guerín corajosamente procurou e e de quem se tornou amigo como Bresson, Ruiz e Philippe Garrel. Como os filmes de Pedro Costa, os filmes de Guerín capturam tropos de classicismo cinematográfico incorporados no mundo real, descobrindo e reinventando, por exemplo, a simetria hawksiana entre amigos nas ruas de Barcelona em En construcción ou refinando o paciente take longo dos Lumière em La ciudad de Sylvia.
Obcecados pelas qualidades essencialmente cinematográficas da viagem e do movimento, os filmes de Guerín levam o espectador a uma viagem de descoberta para um lugar "estrangeiro", como a sua busca evocativa da Innisfree de John Ford no seu filme epónimo. Juntos, os filmes peripatéticos e maravilhosamente curiosos de Guerín criam um modo singular do cinema que se deleita na beleza visual e sensual mesmo quando experimenta com audácia as estruturas narrativas e entrelaça provocadoramente documentário e ficção, memória e desejo. A exibição da quase totalidade da sua obra constitui uma excepcional oportunidade de descobrir um dos mais importantes cineastas da Europa.

As one of Europe's most influential and innovative non-fiction filmmakers, José Luis Guerín (1960–) occupies a unique place in the vibrant and still largely underappreciated history of Catalan cinema. A brilliantly original director and a professor at Barcelona's prestigious Universitat Pompeu Fabra, Guerín has brought a new dynamism and experimental spirit into Catalan and Spanish cinema. Together with his colleague, the radical documentarian Joaquim Jordà, Guerín has transformed the Documentary Program at Pomeu Fabra into one of Europe's most important centers for experimental non-fiction work and inspired a new generation of young filmmakers, such as Mercedes Alvarez (El Cielo Gira).
Guerín's films purposefully confound narrative and documentary traditions, discovering rich narrative threads woven into the tapestries of his real life subjects and unraveling mysteries without solutions that nevertheless leave the viewer deeply satisfied. Guerín's masterworks such as the radical Tren de sombrasand his most recent triumph En la ciudad de Sylvia possess a meditative and deeply cerebral quality without being overly intellectual, manipulating narrative, sound and off-screen space with a sophisticated sense of playful experimentation reminiscent of both Chris Marker and Raul Ruiz. An omnivorous cinephile since his childhood during Franco's regime, when foreign films were extremely difficult to see, Guerín openly acknowledges the profound debt owed by his films to those masters who he so carefully studied during his "education" at Barcelona's Filmoteca – not only directors such as John Ford, Howard Hawks and the Lumière Brothers, who are quoted and referenced throughout Guerín's films, but also those who Guerín boldly sought out and befriended such as Bresson, Ruiz and Philippe Garrel. Like the films of Pedro Costa, Guerín's films capture tropes of cinematic classicism embedded in the real world, discovering and reinventing, for example, the Hawksian symmetry between friends on the streets of Barcelona in En construcción or refining the patient Lumière long take used throughout En la ciudad de Sylvia.
Obsessed with the essentially cinematic qualities of travel and motion, Guerín's films lead the viewer on a voyage of discovery to a "foreign" place, such as his evocative search for John Ford's Innisfree in his eponymous film. Together Guerín's peripetatic and wonderfully curious films create a singular mode of cinema that revels in visual and sensual beauty even as it boldly experiments with narrative structures and provocatively intermingles documentary and fiction, memory and desire. Little known in the United States, Guerín's visit to Harvard is a historic event and a rare opportunity to discover one of Europe's most important filmmakers.
Special thanks to Brad Epps, the David Rockefeller Center for Latin American Studies, Global Outreach and Attention Span Media, and the Centre D'Estudis Cinematografics de Catalunya (Center for Cinematographic Studies of Catalonia).



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