More Than Two Hours
Ficção iraniana More Than Two Hours foi o filme mais premiado
A curta-metragem More Tham Two Hours, do realizador iraniano Ali Asgari foi o filme mais premiado no FIKE 2013, ao acumular o prémio de Melhor Ficção e o prémio de Melhor Actuação, atribuído ex-aequo a Tahar Mohammadi e Shahrzadi Ghasemi.
O Prémio FIKE para a Melhor Ficção foi atribuído ao filme More than Two Hours, do realizador iraniano Ali Asgari. O júri entendeu que o filme, que “aborda um tema muito importante de uma forma brilhante”, constitui “uma ficção directa com significativa actualidade, sem artifícios, bem filmada e com uma visão clara da realidade”.
Ainda na categoria Ficção, o Júri FIKE entendeu atribuir uma Menção Honrosa ao filme australiano First Contact, de Matt Richards, assim distinguindo “uma realização e uma cinematografia brilhantes, ao serviço de uma história bem contada”.
Luminaris
O Prémio FIKE para a Melhor Animação foi para a curta Luminaris, do realizador argentino Juan Pablo Zaramella, pelo “uso engenhoso de técnicas e da narrativa numa curta-metragem bem conseguida”.
Na categoria Animação, foi atribuída uma Menção Honrosa ao filme francês Le livre des morts, de Alain Escalle, “uma forte chamada de atenção para um período histórico, resgatando a memória de tempos recentes com uma fantástica utilização de design e efeitos visuais”.
O prémio Estação Imagem / Mora para o Melhor Documentário distinguiu o filme moçambicano Xilunguine – Terra Prometida, do realizador Inadelso Cossa. Para o júri, trata-se de um “filme onde o dispositivo narrativo, servido por imagens documentais históricas, por entrevistas aos protagonistas tsonga e por um contido enquadramento destes nos seus contextos actuais, parece solicitar uma clara articulação entre o fazer história e o fazer cinema”.
O Odor das Velas
O prémio de Melhor Filme Português foi para O Cheiro das Velas, de Adriana Martins da Silva, e o prémio de Melhor Filme Europeu coube à ficção suíça Objection VI, de Rolando Colla.
O prémio de Melhor Argumento foi atribuído a Duarte Dias, pelo seu trabalho na ficção brasileira Desencontro Marcado.
Tha First Contact
O prémio para a Melhor Fotografia distinguiu o trabalho de Matt Wood, director de fotografia da ficção australiana First Contact.
O prémio de Melhor Actor foi atribuído ex-aequo a Tahar Mohammadi e Shahrzadi Ghasemi, pelo desempenho no filme iraniano More Than Two Hours.
Room 606
O Prémio D. Quixote, atribuído pelo Júri da Federação Internacional de Cineclubes, foi para a ficção suíça Room 606, de Peter Volkart, um filme “muito inventivo, com efeitos visuais que constatemente intrigam e surpreendem” e que, na opinião do júri, “vale a pena rever, porque há sempre algo de novo para ver”.
O Júri FICC decidiu ainda atribuir uma Menção Honrosa à animação Who Lasts Longer, do espanhol Gregorio Muro, porque o filme, “maravilhosamente pintado”, constitui claramente um trabalho de amor”, em que “a história, as personagens e a realidade do psiquismo humano são da mais alta qualidade”.
FIKE
shtar Az Do Saat (Plus de deux heures) d’Ali Asgari
10 JUIN 2013 374 VUES 0 COMMENTAIRE
Présenté à Cannes dans le cadre de la compétition officielle cette année, le court métrage iranien « Bishtar Az Do Saat » (Plus de deux heures) d’Ali Asgari est une métaphore éloquente de la confrontation entre tradition et modernité dans le contexte d’un jeune Iran renaissant des cendres de la Révolution Twitter.
Un jeune couple se rend à l’hôpital, en plein milieu de la nuit, pour cause d’une hémorragie incontrôlable chez la jeune fille. Avec pudeur et appréhension, ils révèlent la perte de la virginité de celle-ci, déclenchant immédiatement une grande méfiance et l’obligation de produire des preuves de mariage. L’urgence médicale devra attendre le règlement de cette situation douteuse dans un pays qui proscrit sévèrement les rapports sexuels pré-maritaux.
Le culte de la virginité caractérise beaucoup de sociétés, notamment celles où la liberté féminine est entravée par le poids social et clérical. Cependant, le parcours de l’Iran est singulier, avec son histoire abondant de révolutions et son tiraillement constant entre un conservatisme accablant et une soif de modernité. Les droits de la femme en particulier incarnent cette hybridité, entre une émancipation poussée, à une époque même imposée, et toutefois une soumission à une loi misogyne. La génération d’aujourd’hui semble ressentir un besoin impérieux de relever le défi du changement, et le septième art iranien porte fidèlement depuis plusieurs décennies le flambeau de cette expression.
Avec « Bishtar Az Do Saat », Ali Asgari affirme sa place parmi ces réalisateurs de la nouvelle vague iranienne, en sachant susciter une réflexion d’ordre sociologique par le biais d’une fiction intimiste parfaitement ficelée. Au lieu de partir sur une narration démonstrative et explicite, il parsème d’abord son récit de petits indices laissant d’emblée entrapercevoir la véritable nature de la situation : lorsque le couple rentre au premier hôpital, le garçon rappelle à la fille de mettre sa bague sur sa main gauche. De même, Asgari rend son propos universellement accessible en y introduisant des éléments permettant à tout spectateur de saisir les codes culturels de la société iranienne : il est frappant de voir la première infirmière s’adresser fixement à la fille alors que son vrai interlocuteur est le garçon.
La mise en scène capture avec justesse la tension qui souligne tout le récit qui se déroule dans la noirceur d’une nuit froide. Filmés de manière quasi documentaire (le récit est d’ailleurs basé sur une vraie histoire), les personnages sont présentés à travers un dispositif franc qui les suit de dos confinés dans la voiture, ou les accompagne nerveusement dans les couloirs crus et antipathiques des hôpitaux. Par conséquent, le choix de passer, pour la scène finale, devant les personnages et de les filmer de face prend une signification importante. C’est comme si l’acte d’amour commis par les jeunes ingénus était d’emblée condamné et auto-punissant, que ce saignement était la rétribution de cette Ève bannie du paradis, qui plus est, dans le pays originel de l’acception. Cependant, le parti pris du réalisateur est de présenter les choses comme des constatations, sans drame et sans hyperbole. Seule l’urgence de la situation qui tend vers le fatal pousse le couple à s’obstiner et à supplier les autorités de fermer les yeux devant leurs circonstances et de déroger à leur transgression. Le point de vue d’Asgari est tout à fait exempt de jugement. L’antagoniste ici est le système, ce régime inexorable, et non pas ceux qui l’appliquent à la lettre de peur d’éveiller son courroux. Fléau du monde moderne, où que ce soit d’ailleurs : le cri de l’être humain tombe dans les oreilles du pouvoir sourd, absolu, impitoyable.
in : http://www.formatcourt.com/2013/06/bishtar-az-do-saat-plus-de-deux-heures-dali-asgari/?PHPSESSID=uh2odsobouap028gorq8r8g567
Troféu FIKE Melhor Ficção
MORE THAN TWO HOURS
Ficção, 2013, Irão
Duração: 15:00
Realizador: ALI ASGARI
Menção Especial do Júri
FIRST CONTACT
Ficção, 2012, Austrália
Duração: 20:58
Realizador: Matt Richards
Troféu FIKE para Melhor filme de Animação
LUMINARIS
Animação, 2011, Argentina
Duração: 06:00
Realizador: Juan Pablo Zaramella
Menção Especial
Le livre des morts "The book of the dead"
Animação, 2013, França
Duração: 32:00
Realizador: Alain Escalle
Prémio Estação Imagem / FIKE para o Documentário
Xilunguine, A Terra Prometida "Xilunguine, The Promised Land"
Documentário, 2012, Moçambique
Duração: 30:00
Realizador: Inadelso Cossa
Melhor Curta-Metragem Portuguesa
O Cheiro das Velas
Duração: 26:00
Realizador: Adriana Martins da Silva
Melhor Curta-Metragem Europeia
OBJECTION VI
Ficção, 2012, Suíça
Duração: 17:28
Realizador: Rolando Colla
Melhor Argumento:
Duarte Dias por Desencontro Marcado "Mismatch Marked"
Ficção, 2013, Brasil
Duração: 13:30
Fotografia
First Contact "First Contact"
Ficção, 2012, Austrália
Duração: 20:58
Director de Fotografia: Matt Wood
Prémio de Representação
Ex-aequo Taha Mohammadi e Shahrzad Ghasemi no filme MORE THAN TWO HOURS de ALI ASGARI
Ficção, 2013, Irão
Duração: 15:00
Realizador: ALI ASGARI
Prémio Don Quijote
(atribuído pelo Júri da Federação Internacional de Cineclubes
Room 606
Ficção, 2012, Suíça
Duração: 15:00
Realizador: Peter Volkart
Menção Especial:
Who Last Longer
Animação, 2011, Espanha
Duração: 11:55
Realizador: Gregorio Muro
Prémio do Público:
LA VIE SEXUELLE DES DINOSAURES (Sex Life Of Dinosaurs)
Realizador: Delphine Hermans
Duração: 02′40″
Categoria: Animação
País: Bélgica
Prémio da Organização
TRAM
Realizador: Michaela Pavlatova
Duração: 07′00″
Categoria: Animação
País: França
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