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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

aconteceu no redondo... sessão de 23 de novembro 008...





o cinema é o território sagrado onde se inventa um chão e nos sentamos com os deuses. o lugar onde, também nós somos deuses. no momento dessa relação, estamos fundando um tempo fora do tempo. e nos religamos com o universo. é isso que torna num momento divino esse pequeno delírio que é o acto de criar...
(variação de paula mar sobre citação de mia couto na introdução a momentos de aqui do jovem escritor angolano ondjaki...)

neste projecto matinés cinéfilas que temos vindo a edificar desde março de 2007, fomentamos vivências multiculturais de múltiplos lugares deste nosso planeta em crise transformadora, com o intuito de, gradualmente, revelarmos arquétipos que unem a humanidade…
um manifesto apologista da alquimia das armas…

aquelas que se transformam em guitarras…
guitarras que tocam cordas de alma de quem as escuta…

apresentámos o exímio filme latcho drom como tributo às rotas da alma cigana… um nicho cultural ainda hoje em dia perseguido, infelizmente, incompreendido…
http://www.youtube.com/watch?v=DFOi6hM4caA

mãos que se aquecem ao fogo,
nómadas com asas,
músicos por inerência…

tony gatlif prenda-nos na grande tela com sons e imagens que retratam momentos do sentir dos tsiganes colocando a câmara predominantemente no plano de percepção das crianças… crianças que aprendem as leis da sobrevivência a par com ritmos musicais devolvendo-lhes capacidades inatas de expressarem os seus sentimentos… algo que as sociedades ocidentais foram extinguindo…
desenvolvemos, conscientemente, o cérebro a partir do iluminismo, mas somente uma parte…
as vivências que edificam os fotogramas da alma humana emergem do sentir, não do pensar…
o chacra do coração, o sagrado coração de maria (esse algo que muitos cristãos pregam, mas não praticam…), o amor incondicional,… vivencia-se no pulsar do coração, não no pensar…
a grande rota de latcho drom guiou-nos do rajastão (índia) à península ibérica (badajoz) continuando no palco do auditório do redondo com dança pela bailarina cristina ao som de carlos paredes… uma vivência inesquecível…

na enoteca do redondo iniciámos a noite cigana com o habitual chá…
o buffet foi inaugurado com dança e chuva de pétalas…
nas mesas surgiram velas…

o fadista Duarte cantou sons de alma que cristina acompanhou dançando…




(re)surgiu o fado dançado nas matinés cinéfilas numa sala de abóbadas no seio do velho castelo do redondo…




to tsigaro...




as matinés cinéfilas honram-se por terem contado com a presença do fadista Duarte que já cantou, entre outros, no Polis Theater em Atenas...




paula mar lembrou um velho tema dos tempos do vínil ich hab' die liebe gesehen de vicky leandros que o fadista Duarte acompanhou à guitarra...




as rotas da alma cigana conduziram-nos ao fado, fado que dançado cruzou os mares para a argentina disseminando-se no tango...




e para que perpetuemos as rotas pelos sons do planeta, fica um gostinho a tango em alemão...






vivências únicas, daquelas que fazem pulsar a alma humana…
bem hajam…!

(agradecemos a presença
do técnico sérgio do centro cultural do redondo,
da bailarina cristina,
do vice-presidente do ciep-ue,
da directora do centro cultural do redondo,
da rita rodrigues e sua equipa da natural living,
do duarte fadista,
dos proprietários do intensidez bibliocafé,
dos proprietários do chá de luar,
dos pim teatro,
dos familiares, amigos e cinéfilos
que tornaram esta sessão memorável…)

cultura é vivência….





1 comentário:

Anónimo disse...

Fiquei tão entusiasmada com o filme "Latcho Drom" que estive a pesquisar mais filmes de Tony Gatlif, o realizador. Neste site:

http://forum.emcena.com/index.php?showtopic=5156

encontrei um ciclo de cinema que lhe foi dedicado no cinema São Jorge em Lisboa. Fica a sugestão.

lelia.agostinho@mail.pt